Mesmo um gênio como
Michelangelo não foi poupado dos golpes da vida, e também apanhou. Um soco bem dado por um rival de cabeça quente marcou para sempre o rosto do pintor.
O soco conteceu durante a juventude de Michelangelo em Florença. O agressor foi
Pietro Torrigiani, um artista e antigo amigo.
De acordo com
Benvenuto Cellini, os dois estavam andando por uma igreja, brincando como sempre, quando alguma brincadeira de Michelangelo passou dos limites para Torrigiani. Torrigiani não foi capaz de conter sua raiva, deu um soco com tanta força que quebrou o nariz de Michelangelo.
Mais tarde, Torrigiani se gabou:
"Senti o osso e a cartilagem de seu nariz se desintegrarem sob meu punho, como se fosse uma hóstia. E assim, marcado por mim, ele permanecerá enquanto viver." Alguns dizem que o ciúme alimentou o ataque — o talento e a fama crescente de Michelangelo começaram a incomodar outros artistas.
Outros já culpam a tendência de Michelangelo de provocar e zombar de todos ao seu redor. O local exato do incidente é contestado: Cellini afirma que aconteceu na Capela Brancacci, enquanto Vasari sugere que ocorreu nos jardins de San Marco. Independentemente de onde foi, as consequências foram inegáveis.
O nariz de Michelangelo ficou permanentemente desfigurado, uma característica que ele imortalizaria em sua arte. Em O Juízo Final, pintado anos depois, ele incluiu um autorretrato assustador na pele esfolada de São Bartolomeu, o nariz quebrado inconfundível.
O ferimento assombrou Michelangelo, mesmo em sua poesia. Em um verso, ele lamentou: "Meu rosto é uma tempestade de terror".
Torrigiani também não escapou ileso. O soco em Michelângelo custou caro e o levou ao exílio de Florença. Embora fosse um escultor habilidoso, sua carreira desmoronou em terras estrangeiras. Ele acabou morrendo em uma prisão espanhola, acusado de sacrilégio após desfigurar uma escultura de Cristo que ele mesmo havia criado. Um único soco alterou o curso de suas vidas, deixando um com o nariz quebrado e o outro com um futuro destruído.