O selo do túmulo de Tutankhamon é um dos símbolos mais enigmáticos e significativos da arqueologia egípcia. Descoberto em 1922 por Howard Carter e financiado por Lord Carnarvon, o túmulo do jovem faraó, conhecido como KV62, tornou-se um dos achados mais importantes da história. O selo que protegia a entrada original do túmulo não apenas fechava a câmara mortuária, mas também representava as crenças espirituais e funerárias do Egito Antigo.
O selo estava intacto e apresentava marcas que demonstravam a autoridade do faraó e a proteção dos deuses sobre o repouso eterno do rei. Entre as figuras gravadas, havia imagens do chacal Anúbis deitado sobre nove inimigos, um símbolo tradicional de proteção contra intrusos. Anúbis era o deus da mumificação e guardião dos túmulos, e sua presença indicava a seriedade com que os antigos egípcios protegiam seus mortos. Havia inscrições adicionais com símbolos hieroglíficos que reforçavam o papel das divindades em amaldiçoar qualquer um que violasse o local sagrado.
Quando a entrada foi finalmente aberta, os arqueólogos encontraram outra evidência da importância do selo: a maldição associada ao túmulo. Diz-se que uma inscrição ameaçava com a morte todos os que perturbassem o descanso do faraó. Essa ideia ganhou força após a morte repentina de Lord Carnarvon em 1923, o que alimentou a lenda da Maldição de Tutankhamon.
Historicamente, o selo é um reflexo da sofisticação da administração funerária egípcia e do respeito pela sacralidade do túmulo. A descoberta de um túmulo praticamente intacto, ainda protegido por seu selo original, forneceu um vislumbre raro de como os antigos egípcios preservavam seus mortos e como acreditavam que a vida após a morte dependia do repouso tranquilo e seguro do corpo mumificado e de seus pertences.