1 bebê, 3 pais

Um novo método de reprodução pode salvar as vidas de bebês que nascem com doenças raras hereditárias. O tratamento dá a possibilidade de um bebê ter duas mães diferentes.




O procedimento é meio controverso, mas segundo os cientistas, ele funciona. Ele consiste na substituição de uma pequena quantidade de DNA defeituoso no óvulo de uma mãe pelo DNA saudável de outra mulher. Isso significa que as crianças vão herdar os genes de um pai e de duas mães. O objetivo é reduzir as chances de bebês nascerem com doenças mitocondriais, dificuldades respiratórias e fraqueza muscular, que são transmitidas apenas pelas mães. Apesar de raras, essas doenças podem ser fatais antes de a criança entrar na fase adulta. Para realizar a troca de DNAs, eles utilizaram uma técnica chamada de “transplante antecipado pronuclear". Nela, o núcleo do gameta da mãe com DNA defeituoso é substituído pelo núcleo do gameta da mulher saudável. Isso é feito antes que o processo de reprodução das células comece. O próximo passo agora é a apresentação à Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA). Assim que ela conceda uma licença para o estudo, o procedimento poderá ser disponibilizado como um tratamento para as mulheres que carregam a condição genética. Para que os trabalhos continuem, o órgão regulador de pesquisa embriológica do Reino Unido ainda precisa aprovar o atual estudo, que foi realizado com mais de 500 óvulos de 64 mulheres. Sendo aprovado, os primeiros bebês já serão “criados” até o final de 2017. Antes mesmo da pesquisa ser um sucesso e ter a aprovação, críticos da Igreja Católica e da Igreja da Inglaterra já estão dizendo que o tratamento afeta as vidas e as concepções de crianças desnecessariamente. Já os cientistas argumentam que ele poupa o sofrimento de famílias que carregam em seus genes essas doenças graves. E agora ?