Irena Sendler - em polonês Irena Sendlerowa née Krzyżanowska - nasceu em 15 de fevereiro de1910 e morreu no dia 12 de maio de 2008. Ficou conhecida como "O anjo do Gueto de Varsóvia" . Irena foi responsável por salvar mais de 2.500 vidas de crianças durante a segunda guerra mundial.
Quando a Alemanha invadiu a Polônia em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de bem estar social de Varsóvia. Trabalhou dias e noites para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judias como católicas. Graças a ela, esses locais não só forneceram comida para os órfãos, anciãos e pobres como lhes entregavam roupas, medicamentos e dinheiro.Em 1942, os nazistas criaram um gueto em Varsóvia, e Irena, horrorizada pelas condições em que as pessoas viviam , uniu-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus, chamado Zegota. Ela conseguiu para ela e uma amiga identificações do gabinete sanitário, para trabalhar na luta contra doenças contagiosas. Conseguiu depois para muitas outras colaboradoras. Como os alemães tinham medo de que ocorresse uma epidemia de tifo, permitiam que elas controlassem o recinto.
Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Rapidamente contactava as famílias judias, a quem propunha levar os seus filhos para fora do gueto. Ela devia convencer os pais a lhe entregarem os seus filhos.
Durante um ano e meio, até à retirada dos alemães em 1942, conseguiu resgatar e salvar mais de 2.500 crianças : começou recolhendo em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo usava todo o tipo de acesso a que dispunha na época. Chegou a esconder crianças em sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas e até caixões.
Irena queria que um dia as crianças pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, a sua identidade, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Criou então um arquivo onde registrava os nomes e todos os dados das crianças e as suas novas identidades.Guardava as anotações em uma garrafa enterrada sob uma árvore no jardim de sua casa.
Os nazistas descobriram suas atividades e em outubro de 1943 Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a prisão de Pawiak onde foi torturada e teve os 2 braços e pernas quebrados. No colchão de palha da sua cela encontrou uma pequena estampa de Jesus Misericordioso com a inscrição: “Jesus, em Vós confio”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.
Ela era a única que sabia os nomes das crianças e das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e não traiu as famílias e nem as crianças.Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.
Em Novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polónia: a Ordem da Águia Branca.
Irena Sendler foi apresentada como candidata para o premio Nobel da Paz pelo Governo da Polônia. A iniciativa contou com o apoio oficial do Estado de Israel através do primeiro-ministro Ehud Olmert, e da Organização de Sobreviventes do Holocausto residentes em Israel. As autoridades de Auschwitz também expressaram o seu apoio a candidatura, mas a organização do Nobel não acatou a indicação e o prêmio foi dado a Al Gore, por um trabalho sobre aquecimento global.
Irena Sendler em 2005
Sugerido pelo Ademar Moreira Lima - via e-mail.